terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Processos de gerenciamento de projetos

Introdução
O Guia PMBoK é um guia de boas práticas. Verificamos que ele é apenas um guia e não uma metodologia, não é algo amarrado. O Guia PMBoK possui diversos processos, ferramentas e técnicas, porém não se usa tudo e sim aquilo que é realmente necessário num projeto. O guia não determina como será gerenciado um projeto, ele apenas dá boas práticas. A equipe determina quais processos são apropriados, ou seja, há processos que em determinado projeto são inapropriados. Além disso, o PMBoK identifica um subconjunto do conjunto de conhecimentos em gerenciamento de projetos. Ou seja, o guia possui informações consensuais que foram identificados por profissionais da área e que se forem usados nos projetos aumentam as chances de sucesso nesses projetos.
Processos de GerenciamentoExistem basicamente cinco Grupos de Processos, são eles: Iniciação, Planejamento, Execução, Monitoramento e Controle, e Encerramento.
Renata Collins
No gráfico acima podemos verificar a interação entre os processos. Por exemplo, na figura acima observa-se que os processos de iniciação interagem com os processos de planejamento, os processos de planejamento interagem com os processos de execução e assim por diante. Isso significa, por exemplo, que temos processos de iniciação que geram saídas para os processos de planejamento. Processos de uma mesma área também podem gerar saídas para serem entradas para processos da mesma área. Portanto, os processos de alguma forma se relacionam uns com os outros.
A aplicação dos processos também pode ser iterativa, ou seja, na medida em que o projeto vai se desenvolvendo alterações vão sendo feitas nos processos. Às vezes inclusive o planejamento do projeto precisa ser alterado devido alguma mudança requerida pelo cliente e isso teria como efeito revisitar os processos de planejamento, tendo como saída um novo planejamento do projeto. Assim, verificamos que os mesmo processos são abordados novamente, isso nos remete a essa iteratividade nos processos.
Grupos de processo não são fases do projeto. Grupos de Processos é simplesmente um agrupamento dos processos contidos no PMBoK. Existem alguns processos que tem mais a ver com Processos de Iniciação, outros com Planejamento e assim sucessivamente. Os 42 processos do guia PMBoK são divididos nesses 5 grupos de processo. No Processo de Iniciação tem-se dois processos, no processo de Planejamento temos 20 processos, no processo de execução temos 8 processos, no controle temos 10 processos e no encerramento temos 2 processos.
Renata Collins
Grupos de Processos de Iniciação
O Grupo de Processos de Iniciação possui dois processos realizados para definir um novo projeto ou uma nova fase de um projeto existente, através da obtenção da autorização para iniciar o projeto ou a fase. Se o projeto é dividido em fases cada um dos processos do grupo de iniciação é revisitado em cada uma das fases. Ou seja, abordamos novamente os processos de iniciação. Neste grupo de processos o escopo inicial é definido e os recursos financeiros iniciais são comprometidos. Além disso, os processos deste grupo também ajudam a decidir se o projeto deve ser continuado, adiado ou interrompido.
Grupos de Processos de Planejamento
Este grupo possui 20 processos realizados para definir o escopo do projeto, refinar os objetivos e desenvolver os cursos de ação necessários para alcançar os objetivos para os quais o projeto foi criado. Um plano de gerenciamento é um conjunto de planos como um plano de gerenciamento de escopo, um plano de gerenciamento de tempo, um plano de gerenciamento de custo além de outros planos auxiliares.
O Planejamento do projeto é iterativo e continuo progressivamente, não precisa-se definir todo planejamento do projeto no seu inicio e sim em ondas sucessivas na medida que o projeto vai evoluindo e mais informações vão sendo coletadas. Os processos de planejamento definem como a execução deve ocorrer, com seu escopo, tempo, custo além de outros planos definidos conforme o plano.
Grupos de Processos de Execução
O grupo de execução possui outros 8 processos utilizados para executar o trabalho definido no plano de gerenciamento do projeto para satisfazer as especificações do mesmo.Nesses processos é que a maior parte do orçamento será consumido. Também durante a execução é que pode ser necessário atualizar o planejamento e mudar alguns planos de gerenciamento.
Grupos de Processos de Controle e Monitoramento
Este Grupo de Processos possui 10 processos necessários para acompanhar, revisar e regular o progresso e o desempenho do projeto, identificar todas as áreas nas quais serão necessárias mudanças no plano e iniciar mudanças correspondentes.
É nos processos deste grupo que o desempenho do projeto é observado e mensurado de forma periódica e uniforme para identificar variações em relação ao plano.
Grupos de Processos de Encerramento
Este grupo possui 2 processos executados para finalizar todas as atividades de todos os processos visando encerrar formalmente o projeto ou a fase. Os processos de encerramento incluem a aceitação do cliente e do patrocinador, revisão pós-projeto ou fase, documentar lições aprendidas, atualizar ativos dos processos e arquivar documentos relevantes.

domingo, 8 de novembro de 2015

Gerenciamento de Projetos

Gerenciamento de projetos é a aplicação do conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto para atender aos seus requisitos. O gerenciamento de projetos é realizado através da aplicação e integração apropriadas dos 47 processos de gerenciamento de projetos, logicamente agrupados em cinco grupos de processos. Esses cinco grupos de processos
são:
  • Iniciação
  • Planejamento
  • Execução
  • Monitoramento e controle
  • Encerramento
Renata Collins
O gerenciamento de um projeto normalmente inclui, mas não se limita à:
  • Identificação dos requisitos;
  • Abordagem das diferentes necessidades, preocupações e expectativas das partes  interessadas no planejamento e execução do projeto;
  • Estabelecimento, manutenção e execução de comunicações ativas, eficazes e colaborativas entre as partes interessadas;
  • Gerenciamento das partes interessadas visando o atendimento aos requisitos do projeto e a criação das suas entregas;
  • Equilíbrio das restrições conflitantes do projeto que incluem, mas não se limitam a : Escopo,Qualidade,Cronograma,Orçamento , Recursos e Riscos.
As características e circunstâncias específicas do projeto podem influenciar as restrições nas quais a equipe de gerenciamento do projeto precisa se concentrar.
Esses fatores estão relacionados de tal forma que se algum deles mudar, pelo menos um outro fator provavelmente será afetado. Por exemplo, se o cronograma for abreviado, muitas vezes o orçamento precisará ser aumentado para incluir recursos adicionais a fim de concluir a mesma quantidade de trabalho em menos tempo. Se não for possível um aumento no orçamento, o escopo ou a qualidade poderá ser reduzido para entregar o produto do projeto em menos tempo,
com o mesmo orçamento. As partes interessadas no projeto podem ter idéias divergentes sobre quais fatores são os mais importantes, gerando um desafio maior ainda. A mudança dos requisitos ou objetivos do projeto pode criar riscos adicionais. A equipe do projeto precisa ser capaz de avaliar a situação, equilibrar as demandas e manter uma comunicação proativa com as partes interessadas a fim de entregar um projeto bem sucedido.
Devido ao potencial de mudanças, o desenvolvimento do plano de gerenciamento do projeto é uma atividade iterativa elaborada de forma progressiva ao longo do ciclo de vida do projeto. A elaboração progressiva envolve a melhoria contínua e o detalhamento de um plano conforme informações mais detalhadas e específicas e estimativas mais exatas tornam-se disponíveis. A elaboração progressiva permite que a equipe de gerenciamento do projeto defina e gerencie o trabalho com um nível maior de detalhes, à medida que o projeto evolui.
Como é o ciclo de vida de um projeto?Conforme mencionado acima, o projeto é planejado, executado e controlado através dos 5 grupos de processo, conforme detalhado abaixo:
IniciaçãoNessa primeira fase, deve-se tomar ciência de todas as informações essenciais, ou seja, equipe e gestor devem conhecer as restrições de qualidade, de tempo e de custo que afetam a realização do projeto. Lembrando que durante a iniciação é importante não só saber como registrar essas premissas e limitações, ok? A preocupação deve recair, sobretudo, no entendimento macro, com o gestor buscando conhecer as influências que interferem de um modo geral no sucesso do projeto. Um bom exemplo de documento que se usa nessa fase é o termo de abertura.
PlanejamentoAntes de se partir para o planejamento, deve haver consentimento da organização sobre os esforços que serão empregados para a realização do projeto, concordando que gerarão bons resultados. Dada a autorização, inicia-se o planejamento. Por isso, nessa fase há um nível de detalhamento muito maior, ao contrário da visão geral que satisfaz a iniciação. O objetivo aqui é estruturar um plano consistente que leve o projeto ao sucesso. Os documentos que contemplam essa fase são a Estrutura Analítica de Projeto (EAP), o cronograma do projeto, o plano de gerenciamento de riscos, outro de comunicações, mais um de qualidade e assim por diante.
ExecuçãoDurante a fase de execução, a atenção passa a estar voltada para o exercício do que foi planejado. O intuito é, portanto, realizar as atividades da melhor forma possível, de acordo com o que foi estimado no plano. É comum que nessa fase ocorram mudanças, como solicitações de alteração no escopo (tanto do ponto de vista do cliente como da organização que realiza o projeto), mas se foi feito um bom planejamento não há com o que se preocupar. Guarde o seguinte: a palavra-chave da execução é qualidade! Por isso, o gerente de projetos precisar se atentar não só para seguir os processos mas para melhorar continuamente, atendendo aos padrões acordados.
Monitoramento e controleO monitoramento e o controle ocorrem paralelamente à execução, constituindo na forma de garantir que o que está sendo feito é compatível com o planejado. Nesse momento ocorre a validação dos avanços. Assim, dependendo do progresso de determinada atividade, um desvio qualquer pode requerer uma intervenção, por exemplo. Mas apesar de ocorrerem concomitantemente com a execução, o monitoramento e o controle partem da premissa que indicadores já foram determinados e que metas foram devidamente estabelecidas na fase de planejamento. Ou seja, essa etapa lida apenas com a aferição do desempenho e do progresso em contraste com o plano.
EncerramentoEngana-se quem pensa que o fato de o projeto estar concluído resulta na eliminação de esforços de gerenciamento. Muito pelo contrário, na finalização surgem etapas que devem ser realizadas com o objetivo de oficializar a conclusão do projeto e agregar informações relevantes para empreendimentos futuros. Dentre as atividades que encerram um projeto, podemos destacar a assinatura do termo de aceite (documento que permite o encerramento do projeto, isentando a empresa de responsabilidade futuras) e o registro das lições aprendidas (que nada mais é que a documentação das experiências relevantes que contribuirão para futuros projetos similares).
Então o que é a gestão de projeto?Agora que vimos o que é o projeto e suas respectivas fases, fica mais fácil compreender o que é a gestão de projeto. Simples: “é a aplicação de técnicas, conhecimento e habilidades para garantir que um projeto tenha sucesso”. Gerenciar, administrar, coordenar ou gerir um projeto envolve todas as etapas apresentadas, do início ao fim, com planejamento, execução e controle das atividades.
Não é à toa que cada vez mais empresas estão investindo em gerenciamento de projetos, seja ministrando treinamentos aos colaboradores, incentivando sua participação em eventos sobre o tema, patrocinando especializações na área ou mesmo contratando consultorias especializadas no assunto.
A gestão de projetos é uma realidade em economias desenvolvidas desde a década de 1990, entretanto, somente nos últimos anos é que as empresas brasileiras despertaram para a necessidade de planejamento e organização de seus projetos. Se não fosse assim, muitas delas provavelmente não teriam sobrevivido à crescente competitividade do mercado. Realizar um gerenciamento eficiente dos projetos, mais que um importante diferencial competitivo, significa tornar a empresa mais ágil, mais dinâmica e pronta para entregar muito mais valor a seus clientes.
Sabemos que três conjuntos importantes de habilidades de gerenciamento de projetos são necessários para projetos bem-sucedidos, sendo elas:
• Habilidades técnicas de gerenciamento de projetos;
• Habilidades de liderança;
• Habilidades de gerenciamento estratégico e do negócio.
De fato, são os projetos que viabilizam o alcance dos objetivos das empresas. E como o ambiente de negócios é altamente competitivo, as organizações que pretendem se destacar em meio à concorrência devem criar, inovar, inventar e desenvolver. Esses esforços nada mais são que projetos! Devem, portanto, contar com gerenciamento adequado.

sábado, 10 de outubro de 2015

Uber da saúde revoluciona com médicos que vão à sua casa

O aplicativo Docway permite que se chame um médico com a mesma facilidade de pedir um táxi. Para usar, basta baixar o aplicativo (disponível para Android e IOS), cadastrar-se, encontrar um médico da especialidade (e do preço) desejada(o) e agendar a consulta. Em caso de emergência, o usuário não escolhe o médico, mas o aplicativo garante que um especialista vai bater na sua porta em no máximo três horas (nesse caso o preço é fixo: 200 reais).
"Além de ser muito prático, a gente acredita que o sistema serve para resgatar o contato humano entre médicos e pacientes, renovando a tradição de visitas domiciliares", diz Fábio Tiepolo, CEO da Docway.
Por enquanto, há cerca de de mil médicos cadastrados. Cada um deles define o tamanho da área na qual atua na cidade, o preço da consulta e disponibiliza sua agenda. Marcar consulta é muito simples.
O pagamento é feito pelo próprio aplicativo - por cartão de crédito - e, se o paciente tiver plano de saúde, pode pedir reembolso. O Docway é especialmente útil para encontrar médicos de família, pediatras, clínicos gerais e obstetras - especialidades que se beneficiam mais do atendimento domiciliar. Ao final de cada consulta, o paciente avalia o médico - mas, infelizmente, essas avaliações não ficam disponíveis para os próximos usuários.
"O Conselho Federal de Medicina proíbe que se divulgue esses dados", diz Tiepolo. "Mas nosso algoritmo favorece os médicos que fazem mais atendimentos e os mais bem avaliados - esses aparecem na frente quando alguém faz uma busca".
Renata CollinsO CEO garante que médicos consistentemente mal-avaliados serão descadastrados. Tiepolo diz que o número de médicos está crescendo rápido. "Hoje o SUS paga 12 reais por uma consulta. Um plano de saúde privado paga 30. Vale muito mais a pena para um médico cobrar R$ 100 ou R$ 150 para atender alguém em casa", diz. A Docway fica com uma fatia de 15%. Muitos dos especialistas cadastrados são médicos jovens, que ainda não têm consultório próprio ou ligação com algum hospital. Mas há exceções.
"Outro dia conheci um médico mais velho que se cadastrou e fui conversar com ele. Ele disse que tinha nostalgia do início da carreira, logo que se formou, quando visitava pacientes em casa, era convidado para um cafezinho..."
Além de Curitiba e São Paulo, o sistema já foi lançado em Belo Horizonte e Manaus - mas já há alguns médicos cadastrados em 40 cidades diferentes. Ainda este ano, ele irá se expandir para Goiânia, Florianópolis, Porto Alegre e Salvador. No próximo mês, algumas novidades estão previstas.
"Vamos integrar o Docway ao Uber, para que um médico possa ir à consulta de Uber, e o preço da corrida já seja automaticamente acrescido ao da consulta."
Além disso, será possível marcar consultas de emergência, com apenas uma hora de antecedência.Hoje o Docway agenda 200 consultas por mês - Tiepolo projeta crescer 70 vezes ainda em 2016 e chegar ao final do ano com 14 mil consultas/mês.

domingo, 20 de setembro de 2015

Startup vende seu carro usado em 1 hora sem dor de cabeça

Vender um carro usado costuma ser uma tarefa árdua. Se você optar por vender na internet, terá de negociar com pessoas que não conhece, e às vezes até deixar que um desconhecido dirija seu veículo para um test drive. Caso opte por vender para uma concessionária, pode perder alguns fins de semana em busca de uma que ofereça um bom valor pelo automóvel.
A startup InstaCarro oferece uma solução para este problema. A empresa promete fazer uma avaliação rigorosa do seu veículo e vendê-lo através de um leilão online com oferta para mais de 400 lojas e concessionárias do Brasil, garantindo o melhor preço possível. O processo todo dura apenas uma hora e você já sai com o dinheiro na conta.
Parece mentira, mas não é.
Renata Collins
Fundada no final do ano passado, a empresa traz para o Brasil um modelo de negócio que já faz sucesso nos Estados Unidos e na Europa. O negócio recebeu investimento semente de 3,5 milhões de dólares vindo dos fundos Lumia Capital e Tekton Ventures, FJLabs, além de investidores-anjo.
A ideia é ser um estoque online para concessionárias e lojas de veículos usados, que se beneficiam da inspeção feita pela InstaCarro e também contam com algumas vantagens na negociação.
Venda em uma hora
Para o vendedor, em geral uma pessoa física, o principal benefício está na rapidez e na transparência da negociação. O CEO e co-fundador Diego Fischer conta como funciona a venda:
“O cliente traz seu carro, a gente faz a inspeção, fotografa, coloca na internet e as lojas que começam a fazer ofertas. Junto com as informações online, temos uma equipe que entra em contato com possíveis compradores por telefone para oferecer o veículo. Ao final de uma hora, a gente fala para o cliente qual foi a maior oferta e cuida de toda burocracia.”
Se o cliente aceitar o lance oferecido, deve ir ao cartório para assinar o documento de transferência do carro e voltar à sede da InstaCarro com o documento em mãos para receber o depósito. O automóvel então passa para o nome da própria InstaCarro para só então ser vendido para a concessionária, o que reduz a burocracia.
O melhor de tudo: o serviço é gratuito para o vendedor.
Inspeção garantida
A inspeção do veículo é feita em apenas 30 minutos e confere 150 itens. Para dar conta da avaliação em tão pouco tempo, a empresa desenvolveu um aplicativo que guia o avaliador de forma inteligente por todos os pontos importantes do carro. As fotos do veículo são feitas já neste processo.
“O mercado de carros usados sempre teve esse problema. O comprador nunca sabe direito se o veículo já foi batido, se o motor foi recuperado, muitas vezes nem as lojas mais experientes conseguem detectar”, afirma Fischer.
Portanto, a inspeção da InstaCarro traz uma boa vantagem para as lojas compradoras. Segundo o executivo, caso o veículo não esteja no estado descrito pela inspeção, a loja recebe o seu dinheiro de volta (sem prejuízo para o vendedor do veículo).
Outra vantagem é a possibilidade de comprar apenas os carros que interessam à loja. “Muitas vezes, lojas pequenas de bairro precisam negociar lotes de veículos com as concessionárias maiores para conseguir os carros que desejam, o que pode significar modelos parados por muito tempo no estoque. Com a InstaCarro elas podem comprar apenas o que realmente interessa”, explica Fischer. A cada transação, as lojas e concessionárias pagam uma taxa para a InstaCarro.
50% ao mês
O negócio tem dado certo. A InstaCarro não divulga valores de faturamento, mas afirma que cresce entre 30% e 50% ao mês. A empresa tem em média 200 agendamentos de venda por dia. Com 40 funcionários, a startup tem atualmente 20 vagas em aberto.
O crescimento da empresa se reflete nos planos para o futuro. Hoje o centro de inspeção da empresa funciona num espaço no Itaim Bibi. Porém, a intenção é abrir oito novos espaços em São Paulo e pulverizar o atendimento pelas regiões da cidade.
Outra possibilidade para o futuro é atender também pessoas interessadas em comprar um usado – hoje, apenas lojas e concessionárias participam dos leilões. “Nada impede que mais para frente a gente faça uma parceria com concessionárias para oferecer os carros delas”, afirma Fischer.

sábado, 29 de agosto de 2015

Como saber se a startup é inovadora

Você não tem como saber exatamente que sua ideia é uma inovação até que você consiga colocá-la em prática e testar seus resultados.
Medir inovação é uma das tarefas mais difíceis que existe.
Primeiro porque a definição de inovação exige que ela gere resultados concretos – e isso é impossível de medir quando uma inovação ainda está em estágio embrionário. Seja ela uma inovação aparentemente radical ou incremental, como prever que irá realmente trazer resultados no futuro?
Segundo, lembre-se que o grau de inovação pode ser subjetivo: uma pessoa que conhece mercados e países bem diferentes poderá afirmar com mais certeza que a ideia de um empreendedor não é inovadora, dado que ela pode ter visto abordagens, processos, produtos e serviços que o empreendedor desconhece (ou seja, sua empresa automaticamente se torna um concorrente atrasado).
Terceiro porque perceber a inovação envolve uma baixa resistência a mudanças e novas ideias. Por exemplo: quando o Twitter foi lançado, ninguém o considerava um produto útil de verdade. Quatro anos depois, com sua adoção crescente, ele passou a medir o pulso das notícias e tendências em tempo real por todo o mundo. Hoje, o Twitter é capaz de ajudar pessoas envolvidas em guerras, regimes ditatoriais e tragédias naturais. Tivemos que esperar o futuro chegar para perceber como a ideia original era inovadora.
Quarto porque o empreendedor é normalmente o maior entusiasta de sua própria ideia, e isso normalmente o cega para avaliar as verdadeiras fraquezas e potenciais melhorias. Por isso conseguir clientes rápido e pedir seu feedback é tão importante: eles poderão ajudar a transformar uma ideia interessante em potencial inovação.
Renata CollinsConcluindo, você não tem como saber exatamente que sua ideia é uma inovação até que você consiga colocá-la em prática e testar seus resultados. Uma empresa de sucesso é uma combinação de ideia inovadora, um excelente empreendedor, ótima execução, disponibilidade de capital e uma pitada de sorte.Para finalizar, uma dica: quando você enviar seu pitch a um investidor ou potencial cliente, tente evitar a palavra "inovador" ao descrever seu produto ou serviço. Relate seus diferenciais e características, e deixe para quem lê ou ouve você decidir sobre a inovação.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Para ser uma startup precisa do que?

A verdade é que não há negócios bons ou ruins, mas aqueles com potencial de crescimento acelerado ou limitado. As startups são organizações que nascem pequenas, mas são projetadas desde o seu nascimento para crescerem rapidamente e se tornarem grandes.
Como descreve o guru do empreendedorismo Steve Blank, conquistar este crescimento potencialmente ilimitado não é tarefa fácil: uma vez identificada uma necessidade real de um grande mercado, há a busca incessante por um modelo de negócio lucrativo e escalável.
O modelo de negócio nada mais é do que a forma como uma empresa gera e captura valor, ou seja, o que ela faz e como ganha dinheiro com isso. Quando o problema é grande e várias organizações tentam resolvê-lo, o modelo de negócio pode ser a única diferença entre o que você faz e os seus concorrentes estão fazendo.
Renata Collins
Ele é capaz de levar seu projeto às alturas ou fazê-lo andar de lado por anos e declinar em meses. Como Chris Zook esclarece no seu livro O Poder dos Modelos Replicáveis, os modelos de negócios são melhores indicadores do desempenho financeiro de uma organização do que a classificação da indústria. Isso fica claro, por exemplo, quando olhamos a Netflix despontar frente às tradicionais locadoras de filmes ou o Whatsapp roubar mercado das gigantes da telecom.
Mas afinal, o que esses modelos de negócios têm em comum? Vejamos:
Escalabilidade
Ser escalável é a chave de uma startup: significa crescer em receita, sem que os custos aumentem na mesma proporção. Negócios escaláveis tendem a sustentar processos mais automatizados, com menos customizações e sendo menos intensivos em pessoas.
A Contabilizei, startup paranaense, encontrou uma maneira automatizada para gerir muitos dos processos contábeis de pequenas e médias empresas, evitando toda a estrutura de capital e de pessoas dos tradicionais escritórios de contabilidade. O efeito de escala permite gerar margens cada vez maiores, acumulando lucros e gerando mais riqueza.
Replicabilidade
Entender quais são os elementos críticos do sucesso, aqueles que fazem a sua empresa única e vencedora no mercado, é fundamental para um crescimento sustentável. Para a Ambev, por exemplo, é a distribuição, já para a Apple é o design.
Uma startup precisa ter clareza do seu negócio central e das poucas coisas que é necessário fazer para manter o diferencial. Como diz Hernan Kazah, fundador do Mercado Livre e empreendedor apoiado pela Endeavor, melhor fazer poucas coisas nota 10 do que várias nota 6. Só assim é possível replicar essas capacidades para se adaptar às mudanças ou para aproveitar as novas ondas de expansão, mantendo o modelo simples, leve e focado.
Adaptabilidade
Bons modelos de negócio permitem constantes adaptações. Por viverem sob condições de extrema incerteza, é fundamental que as startups não se atenham a um plano rígido, mas a um modelo dinâmico e flexível, que permita testes e adaptações rápidas e baratas.
A Chip Inside, startup de coleiras de predição de saúde animal, começou vendendo o produto para os produtores de gado. Identificando que a compra representava um alto investimento para o cliente e consequentemente a diminuição do número de unidades adquiridas, os empreendedores Thiago e Leonardo adaptaram o negócio para um modelo de locação e prestação de serviços. O resultado foi aumento na receita, na recorrência e na satisfação do cliente.
O modelo de negócio não precisa e nem deve ser disruptivo. O livro Business Model Generation, de Alexander Osterwalder, pode ser uma boa fonte de inspiração, pois reúne uma série de modelos padrões e já comprovados, que vão desde marketplaces digitais, modelos gratuitos até franquias. O importante é usar estes modelos como parte da solução e alavanca para o crescimento.
A trajetória para transformar sua startup em uma empresa de alto crescimento não é fácil, mas não desanime: o desafio é tão grande quanto o impacto que ela pode causar. Acreditamos que com mais empreendedores que sonham grande e que botam pra fazer teremos também um país com mais oportunidades. Boa sorte e Vai que dá!

segunda-feira, 22 de junho de 2015

O que é Cloud Computing

A expressão cloud computing começou a ganhar força em 2008, mas, conceitualmente, as ideias por trás da denominação existem há muito mais tempo. Também conhecida no Brasil como computação nas nuvens ou computação em nuvem, a cloud computing se refere, essencialmente, à noção de utilizarmos, em qualquer lugar e independente de plataforma, as mais variadas aplicações por meio da internet com a mesma facilidade de tê-las instaladas em computadores locais.
Mas o que exatamente isso quer dizer? Por que o conceito é tão importante nos dias de hoje? Quais os seus benefícios? Há riscos associados? Com linguagem simples e abordagem introdutória, este texto responde essas e outras perguntas relacionadas.
Entendendo a cloud computing (computação nas nuvens)
Estamos habituados a armazenar arquivos e dados dos mais variados tipos e a utilizar aplicações de maneira on premise, isto é, instaladas em nossos próprios computadores ou dispositivos. Em ambientes corporativos, esse cenário muda um pouco: é relativamente comum empresas utilizarem aplicações disponíveis em servidores que podem ser acessadas por qualquer terminal autorizado.
A principal vantagem do on premise está no fato de ser possível, pelo menos na maioria das vezes, utilizar as aplicações mesmo sem acesso à internet ou à rede local. Em outras palavras, é possível usar esses recursos de maneira off-line.
Por outro lado, no modelo on premise, todos os dados gerados ficam restritos a um único equipamento, exceto quando há compartilhamento em rede, coisa que não é muito comum no ambiente doméstico. Mesmo no ambiente corporativo, essa prática pode gerar algumas limitações, como a necessidade de se ter uma licença de determinado software para cada computador, por exemplo.
A evolução constante da tecnologia computacional e das telecomunicações está fazendo com que o acesso à internet se torne cada vez mais amplo e rápido. Esse cenário cria a condição perfeita para a popularização da cloud computing, pois faz com que o conceito se dissemine no mundo todo.
Com a cloud computing, muitos aplicativos, assim como arquivos e outros dados relacionados, não precisam mais estar instalados ou armazenados no computador do usuário ou em um servidor próximo. Esse conteúdo passa a ficar disponível nas nuvens, isto é, na internet.
Ao fornecedor da aplicação cabe todas as tarefas de desenvolvimento, armazenamento, manutenção, atualização, backup, escalonamento, etc. O usuário não precisa se preocupar com nenhum desses aspectos, apenas em acessar e utilizar.
Um exemplo prático dessa nova realidade é o Office Online, da Microsoft, serviço que dá acesso a recursos básicos de edição de textos, apresentações de slides, entre outras funcionalidades, de maneira completamente on-line. Tudo o que o usuário precisa fazer é criar uma conta e utilizar um navegador de internet compatível, o que é o caso da maioria dos browsers da atualidade.

Algumas características da cloud computing
Tal como já informado, uma das vantagens da cloud computing é o acesso a aplicações a partir da internet, sem que estas estejam instaladas em computadores ou dispositivos específicos. Mas, há outros benefícios significativos:
– Na maioria dos casos, o usuário pode acessar as aplicações independente do seu sistema operacional ou do equipamento usado;
– O usuário não precisa se preocupar com a estrutura para executar a aplicação – hardware, procedimentos de backup, controle de segurança, manutenção, entre outros;
– Compartilhamento de informações e trabalho colaborativo se tornam mais fáceis, pois todos os usuários acessam as aplicações e os dados do mesmo lugar: a nuvem;
– Dependendo do fornecedor, o usuário pode contar com alta disponibilidade: se um servidor parar de funcionar, por exemplo, os demais que fazem parte da estrutura continuam a oferecer o serviço;
– O usuário pode contar com melhor controle de gastos. Muitas aplicações em cloud computing são gratuitas e, quando é necessário pagar, o usuário só o faz em relação aos recursos que usar ou ao tempo de utilização. Não é necessário, portanto, pagar por uma licença integral de uso, tal como é feito no modelo tradicional de fornecimento de software;
– Dependendo da aplicação, o usuário pode precisar instalar um programa cliente em seu computador ou dispositivo móvel. Mas, nesses casos, todo ou a maior parte do processamento (e até mesmo do armazenamento de dados) fica por conta das “nuvens”.
Note que, independente da aplicação, com a cloud computing o usuário não necessita conhecer toda a estrutura que há por trás, ou seja, ele não precisa saber quantos servidores executam determinada ferramenta, quais as configurações de hardware utilizadas, como o escalonamento é feito, onde está a localização física do data center, enfim. O que importa é saber que a aplicação está disponível nas nuvens.
Software as a Service (SaaS)
Intimamente ligado à cloud computing está o conceito de Software as a Service (SaaS) ou, em bom português, Software como Serviço. Em sua essência, trata-se de uma forma de trabalho em que o software é oferecido como serviço, assim, o usuário não precisa adquirir licenças de uso para instalação ou mesmo comprar computadores ou servidores para executá-lo. Nessa modalidade, no máximo, paga-se um valor periódico – como se fosse uma assinatura – somente pelos recursos utilizados e/ou pelo tempo de uso.
Para entender melhor os benefícios do SaaS, suponha que uma empresa que tem 20 funcionários necessita de um software para gerar folha de pagamento. Há várias soluções prontas para isso no mercado, no entanto, a empresa terá que comprar licenças de uso do software escolhido e, dependendo do caso, até mesmo hardware para executá-lo. Muitas vezes, o preço da licença ou mesmo dos equipamentos pode resultar em custo alto e não compatível com a condição de porte pequeno da empresa.
Cloud computing – computação nas nuvens Se, por outro lado, a companhia encontrar um fornecedor de software para folha de pagamento que trabalha com o modelo SaaS, a situação pode ficar mais fácil: essa empresa poderá, por exemplo, oferecer esse serviço por meio de cloud computing e cobrar apenas pelo número de funcionários e/ou pelo tempo de uso. Com isso, o contratante paga um valor baixo pelo uso da aplicação. Além disso, hardware, instalação, atualização, manutenção, entre outros, são tarefas que ficam por conta do fornecedor.
Também é importante levar em conta que o intervalo entre a contratação do serviço e o início de sua utilização é extremamente baixo, o que não aconteceria se o software tivesse que ser instalado nos computadores do cliente – este só precisa se preocupar com o acesso ao serviço (no caso, uma conexão à internet) ou, se necessário, com a simples instalação de algum recurso mínimo, como um plugin no navegador de internet de suas máquinas.
Oracle e HP são dois exemplos de companhias que oferecerem soluções em SaaS: HP SaaS; Oracle SaaS.
PaaS, DaaS, IaaS e TaaS
No mercado também há conceitos derivados do SaaS que são utilizados por algumas companhias para diferenciar os seus serviços. São eles:
– Platform as a Service (PaaS): Plataforma como Serviço. Trata-se de um tipo de solução mais amplo para determinadas aplicações, incluindo todos (ou quase todos) os recursos necessários à operação, como armazenamento, banco de dados, escalabilidade (aumento automático da capacidade de armazenamento ou processamento), suporte a linguagens de programação, segurança e assim por diante;
– Database as a Service (DaaS): Banco de Dados como Serviço. O nome já deixa claro que essa modalidade é direcionada ao fornecimento de serviços para armazenamento e acesso de volumes de dados. A vantagem aqui é que o detentor da aplicação conta com maior flexibilidade para expandir o banco de dados, compartilhar as informações com outros sistemas, facilitar o acesso remoto por usuários autorizados, entre outros;
– Infrastructure as a Service (IaaS): Infraestrutura como Serviço. Parecido com o conceito de PaaS, mas aqui o foco é a estrutura de hardware ou de máquinas virtuais, com o usuário tendo inclusive acesso a recursos do sistema operacional;
– Testing as a Service (TaaS): Ensaio como Serviço. Oferece um ambiente apropriado para que o usuário possa testar aplicações e sistemas de maneira remota, simulando o comportamento destes em nível de execução.
Exemplos de aplicações em cloud computing
Os termos cloud computing e computação nas nuvens são relativamente recentes, como você já sabe, mas se analisarmos bem, veremos que a ideia não é, necessariamente, nova. Serviços de e-mail, como Gmail e Yahoo! Mail; “discos virtuais” na internet, como Dropbox ou OneDrive; sites de armazenamento e compartilhamento de fotos ou vídeos, como Flickr e YouTube. Todos são exemplos de recursos que, de certa forma, estão dentro do conceito de computação nas nuvens.
Note que todos os serviços mencionados não são executados no computador do usuário, mas este pode acessá-los de qualquer lugar, muitas vezes sem pagar licenças de software. No máximo, paga-se um valor periódico pelo uso do serviço ou pela contratação de recursos adicionais, como maior capacidade de armazenamento de dados, por exemplo.
Abaixo há uma breve lista de serviços que incorporam claramente o conceito de cloud computing:
– Google Apps: este é um pacote de serviços que o Google oferece que conta com aplicativos de edição de texto, planilhas e apresentações, ferramenta de agenda, comunicador instantâneo integrado, e-mail com o domínio próprio (por exemplo, contato@infowester.com), entre outros. Todos os recursos são processados pelo Google. O cliente precisa apenas criar as contas dos usuários e efetuar algumas configurações. O Google Apps oferece pacotes pagos cujos valores variam de acordo com o número de usuários;
– Amazon: a Amazon é um dos maiores serviços de comércio eletrônico do mundo. Para suportar o volume de vendas no período de Natal, a empresa montou uma gigantesca estrutura de processamento e armazenamento de dados que acabava ficando ociosa na maior parte do ano. Foi a partir daí que a companhia teve a ideia de “alugar” esses recursos, iniciativa que resultou em serviços como Simple Storage Solution (S3) para armazenamento de dados e Elastic Compute Cloud (EC2) para uso de máquinas virtuais;
– Netflix: serviço que dá acesso a filmes, seriados e documentários a partir de um pequeno valor por mês. Não é necessário efetuar download das produções, tudo é feito por streaming. Além disso, o usuário pode assistir cada item do acervo quantas vezes quiser e, caso interrompa a reprodução do vídeo, pode continuar mais tarde de onde parou;
– Aprex: brasileiro, o Aprex oferece um conjunto de ferramentas para uso profissional, como calendário, gerenciador de contatos, lista de tarefas, armazenamento de arquivos, blog, serviço de e-mail marketing, apresentações, entre outros. Tudo é feito pela Web e, no caso de empresas, é possível até mesmo inserir logotipo e alterar o padrão de cores das páginas;
– Evernote: serviço para criação e armazenamento de notas e informações variadas que funciona como um abrangente banco de dados. Inclui ferramentas para compartilhamento, edição, organização e localização de dados. Há opções de contas gratuitas e pagas.
Nuvem privada (private cloud)
Até agora, tratamos a computação nas nuvens como um sistema composto de duas partes: o provedor da solução e o utilizador, que pode ser uma pessoa, uma empresa ou qualquer outra organização. Podemos entender esse contexto como um esquema de nuvem pública. No entanto, especialmente no que diz respeito ao segmento corporativo, é possível também o uso do que se conhece como nuvem privada.
Do ponto de vista do usuário, a nuvem privada (private cloud) oferece praticamente os mesmos benefícios da nuvem pública. A diferença está, essencialmente, nos “bastidores”: os equipamentos e sistemas utilizados para constituir a nuvem ficam dentro da infraestrutura da própria corporação.
Em outras palavras, a empresa faz uso de uma nuvem particular, construída e mantida dentro de seus domínios. Mas o conceito vai mais além: a nuvem privada também considera a cultura corporativa, de forma que políticas, objetivos e outros aspectos inerentes às atividades da companhia sejam respeitados.
A necessidade de segurança e privacidade é um dos motivos que levam uma organização a adotar uma nuvem privada. Em serviços de terceiros, cláusulas contratuais e sistemas de proteção são os recursos oferecidos para evitar acesso não autorizado ou compartilhamento indevido de dados. Mesmo assim, uma empresa pode ter dados críticos por demais para permitir que outra companhia responda pela proteção e disponibilização de suas informações. Ou, então, a proteção oferecida pode simplesmente não ser suficiente. Em situações como essas é que o uso de uma nuvem privada se mostra adequado.
Uma nuvem privada também pode oferecer a vantagem de ser “moldada” com precisão às necessidades da companhia, especialmente em relação a empresas de grande porte. Isso porque o acesso à nuvem pode ser melhor controlado, assim como a disponibilização de recursos pode ser direcionada de maneira mais eficiente, aspecto capaz de impactar positivamente a rotina corporativa.
Empresas como Microsoft, IBM e HP oferecem soluções para nuvens privadas. As organizações interessadas devem, todavia, contar com profissionais ou mesmo consultoria especializada na criação e manutenção da nuvem, afinal, uma implementação mal executada pode interferir negativamente no negócio.
Os custos de equipamentos, sistemas e profissionais da nuvem privada poderão ser elevados no início. Por outro lado, os benefícios obtidos a médio e longo prazo, como ampla disponibilidade, agilidade de processos e os já mencionados aspectos de segurança compensarão os gastos, especialmente se a implementação for otimizada com virtualização, padronização de serviços e afins.
Nuvem híbrida (hybrid cloud)
Para a flexibilização de operações e até mesmo para maior controle sobre os custos, as organizações podem optar também pela adoção de nuvens híbridas. Nelas, determinadas aplicações são direcionadas às nuvens públicas, enquanto outras, normalmente mais críticas, permanecem sob responsabilidade de sua nuvem privada. Pode haver também recursos que funcionam em sistemas locais (on premise), complementando o que está nas nuvens.
Perceba que nuvens públicas e privadas não são modelos incompatíveis entre si. Não é preciso abrir mão de um tipo para usufruir do outro. Pode-se aproveitar o “melhor dos dois mundos”, razão pela qual as nuvens híbridas (hybrid cloud) são uma tendência muito forte nas corporações.
A implementação de uma nuvem híbrida pode ser feita tanto para atender a uma demanda contínua quanto para dar conta de uma necessidade temporária. Por exemplo, uma instituição financeira pode integrar à sua nuvem privada um serviço público capaz de atender a uma nova exigência tributária. Ou então, uma rede de lojas pode adotar uma solução híbrida por um curto período para atender ao aumento das vendas em uma época festiva.
É claro que a eficácia de uma nuvem híbrida depende da qualidade da sua implementação. É necessário considerar aspectos de segurança, monitoramento, comunicação, treinamento, entre outros.
Esse planejamento é importante para avaliar inclusive se a solução híbrida vale a pena. Quando o tempo necessário para a implementação é muito grande ou quando há grandes volumes de dados a serem transferidos para os recursos públicos, por exemplo, seu uso pode não ser viável.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

DevOps – Conceitos

O que é DevOps?
DevOps é o alinhamento do time de desenvolvimento com o time de operações, em relação à processos, ferramentas e responsabilidades, visando acelerar as entregas em produção com um elevado grau de qualidade.
Enquanto o desenvolvimento ágil aproximou as equipes de desenvolvimento do negócio, reduzindo os gaps entre essas áreas, o DevOps traz agilidade para as entregas reduzindo os gaps entre desenvolvimento e operações.
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Na prática DevOps aproxima as práticas de desenvolvimento ágil com testes e implantação – fazendo um bom uso da automação para tal.
DevOps é uma metodologia de desenvolvimento de software que explora a comunicação, colaboração e integração entre desenvolvedores de software e profissionais de TI (Tecnologia da Informação).DevOps é a reação à interdependência entre desenvolvimento de software e operações de TI. Pretende ajudar organizações a produzir software e serviços rapidamente. (Wikipedia)

Por que é importante para você?
Durante muito tempo, as grandes empresas puderam se dar ao luxo de colocar em produção poucas atualizações de seus principais software durante o período de um ano. Ainda é comum que sistemas de alta importância recebam menos que 1 ou 2 grandes atualizações. Porém a pressão sobre TI para entregar mais inovação para o negócio, vem mudando esse jogo.
Empresas que liberam novas versões de software frequentemente podem precisar das considerações ou orientações de um DevOps. O Flickr desenvolveu capacidades de DevOps para suprir uma necessidade do negócio de realizar dez implementações por dia, este ciclo diário de implementações será muito maior em organizações que produzem aplicações multi-foco ou multi-funções. É conhecido como implementação contínua ou entrega contínua[8] e é frequentemente associado com a metodologia Lean Startup.Grupos de trabalho, associações de profissionais e blogs estão tratando do tema desde 2009.
Os DevOps auxiliam empresas no gerenciamento de lançamento de novas versões, ao padronizar ambientes de desenvolvimento. Eventos podem ser acompanhados com maior facilidade, assim como o controle de processos documentados e emissão de relatórios granulares. Empresas com problemas no processo de liberação/implementação de novas versões, normalmente possuem automação, mas querem maior flexibilidade para gerenciar e conduzir esse processo – sem precisar editar tudo na linha de comando. Idealmente, essa automação deve ser disparada por recursos não operacionais, em ambientes específicos que não estejam “em produção”. O desenvolvedor ganha maior controle sobre o ambiente, e a infraestrutura maior entendimento sobre os aplicativos.
Processos simples se tornam claramente articuláveis, através do DevOps. O objetivo é automatizar a maior quantidade possível de processos operacionais.
Integrações DevOps visam a entrega de produtos, testes de qualidade, desenvolvimento de características e releases de manutenção, de modo a incrementar a confiança e segurança, desenvolvimento rápido e ciclos de desenvolvimento. Muito das ideias (e pessoas) envolvidas com DevOps vieram do movimento de Desenvolvimento ágil de software.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Falando um pouco sobre usabilidade

O que é a usabilidade
O que é a usabilidade? Porquê e quando investir em usabilidade? Como melhorar o nível de usabilidade do seu produto, aplicação ou website? Porque se deve preocupar com isso? Este artigo pretende dar respostas a estas questões.
O que significa usabilidade?
A usabilidade é um atributo de qualidade dos produtos que permite aferir se uma interface com o utilizador é fácil de utilizar. A palavra “usabilidade” também se emprega para referir o conjunto de métodos destinados a melhorar a usabilidade dos produtos.
A usabilidade é definida em 5 dimensões:
Aprendizagem: Quão fácil é para os utilizadores realizarem tarefas básicas no primeiro contacto que têm com a interface?
Eficiência: Depois dos utilizadores se tornarem experientes na utilização da interface, quão rápido conseguem realizar as tarefas?
Memorização: Depois de um longo período de ausência, quão facilmente conseguem os utilizadores restabelecer o seu nível de proficiência?
Robustez: Quantos erros cometem os utilizadores, quão severos são esses erros, e quão facilmente conseguem recuperar dos erros?
Satisfação: Quão agradável é a utilização do sistema?
Existem outros atributos de qualidade igualmente importantes. Um desses atributo-chave é a utilidade, que se refere à eficácia do design. O sistema permite fazer o que o utilizador pretende? A usabilidade e a utilidade são as duas faces da mesma moeda e têm igual importância. Interessa pouco que algo seja fácil de utilizar se não permite fazer o que se pretende. É igualmente inútil que um sistema permita, hipoteticamente, fazer o que se pretende, mas que não consigamos atingir esse objectivo porque a interface é demasiado difícil de utilizar. A usabilidade e a utilidade podem ser estudadas através das mesmas metodologias.
Renata Collins usability
Porquê investir em usabilidade?
Na web, a usabilidade é um factor crucial de sobrevivência. Se um website é difícil de utilizar, as pessoas desistem. Se a homepage não apresenta, de forma clara, o que a empresa tem para oferecer e o que é que os utilizadores podem fazer no site, as pessoas desistem. Se os utilizadores se perdem num website, desistem. Se a informação contida num website é de difícil leitura e não responde às questões-chave dos utilizadores, eles desistem. Detecta aqui um padrão? É irrealista assumir que os utilizadores vão ler manuais ou perder tempo a tentar perceber como utilizar um website. Existem numerosas alternativas online; desistir e abandonar o site é a primeira defesa que os utilizadores têm quando encontram dificuldades de sua utilização.
A primeira lei do comércio electrónico diz que, se o utilizador não consegue encontrar o produto, então também não consegue comprar o produto.
No que diz respeito às intranets, a usabilidade é sobretudo direccionada para a produtividade dos colaboradores. O tempo que os utilizadores gastam quando estão perdidos na intranet, ou a tentar interpretar interfaces complexas, é dinheiro que está a desperdiçar ao pagar-lhes o salário para não serem produtivos.
A experiência aponta para um custo com a usabilidade a rondar os 10% do orçamento destinado ao design do sistema. Em média, este custo permite mais do que duplicar as métricas de qualidade de um website e praticamente duplicar as métricas de qualidade em intranets. No caso do software aplicacional e produtos físicos, o ganho de introduzir a usabilidade no processo de design é tipicamente inferior – ainda que substancial.
Em projectos internos, considere a duplicação do investimento em usabilidade correspondente à redução para metade dos custos em formação e o aumento para o dobro das transações que os colaboradores realizam por hora. Em projectos para o público em geral, pense na duplicação das vendas, do número de utilizadores subscritores, do número de leads, ou na duplicação de outras métricas tipicamente utilizadas na medição do sucesso de projectos.
A primeira lei do e-commerce é que caso os utilizadores não consigam encontrar o produto, também não o podem comprar.
Como melhorar a usabilidade?
Existem numerosas metodologias para estudar a usabilidade de um sistema, mas podemos afirmar que a mais simples e útil é a realização de testes com utilizadores, que podemos dividir em 3 etapas:
Recrute utilizadores representativos do público-alvo, tal como clientes do seu site de comércio electrónico, ou colaboradores da sua intranet (neste último caso, devem trabalhar fora do departamento que desenha e desenvolve a intranet);
Solicite aos utilizadores que executem tarefas representativas no sistema;
Observe o utilizador, tomando nota dos seus sucessos e das suas dificuldades na utilização do sistema. Não interfira e ajude o utilizador a verbalizar a sua experiência.
É importante realizar os testes com um utilizador de cada vez, e que ele tente resolver autonomamente os problemas com que se pode deparar durante o teste. No instante em que você interferir, ajudando o utilizador ou chamando a atenção do utilizador para algum aspecto da interface, terá contaminado os resultados do teste.
Com 5 utilizadores é tipicamente possível identificar os problemas de usabilidade mais importantes. E é geralmente mais útil e proveitoso realizar vários testes rápidos, em pequena escala, revendo o design e corrigindo os problemas identificados, iterativamente, do que realizar um único teste complexo e dispendioso. O design iterativo é a melhor forma de atingir um bom nível de usabilidade e de qualidade de experiência de utilização. Quantos mais testes rápidos com utilizadores realizar, mais ideias irá obter sobre como melhorar a interface.
Testes com utilizadores e focus groups são coisas bem diferentes. Focus groups são um método pouco eficaz para avaliar a usabilidade. Focus groups têm um papel importante em Marketing Research, mas para avaliar a usabilidade de um sistema, você deve observar de perto os utilizadores a interagirem com o sistema. Ouvir, simplesmente, o que os utilizadores têm a dizer (a sua opinião) pode desorientar mais do que ajudar: é preciso observá-los a realizarem tarefas na prática.
Quando investir em usabilidade?
A usabilidade tem um papel importante em várias fases do processo de design. É por isso que se defende a realização de múltiplas sessões de testes rápidos e de baixo custo. Aqui vão algumas pistas:
Antes de iniciar um novo design, teste o design anterior para identificar os pontos positivos (que deve manter) e os aspectos que dificultam a vida aos utilizadores.
Teste soluções da concorrência. É uma forma simples e acessível de obter dados valiosos sobre alternativas de design em sistemas com funcionalidades semelhantes às do seu produto (no caso das intranets, como é óbvio, torma-se mais difícil testar as soluções da concorrência).
Vá ao terreno e realize um estudo de campo (field study) para aprender como é que os utilizadores agem e resolvem os seus problemas no seu ambiente natural.
Desenhe protótipos em papel da interface (uma ou mais alternativas), e teste-os com utilizadores. Não invista muito esforço na qualidade gráfica dos protótipos iniciais, já que terá que modificar muitas opções de design depois dos testes.
Refina gradualmente a interface, em várias iterações, com base nas ideias recolhidas nos testes, partindo de protótipos em papel de baixa fidelidade gráfica até chegar ao design visual final da aplicação. Teste cada iteração.
Inspecione as opções de design à luz das guidelines de usabilidade estabelecidas.
Uma vez implementado, teste o sistema novamente. A experiência mostra que surgem sempre problemas subtis de usabilidade durante a fase de implementação.
Não adie a realização dos testes com utilizadores até ter o sistema todo implementado. Se o fizer, irá perceber que a grande maioria dos problemas críticos de usabilidade detectados nos testes já não poderão ser corrigidos. Habitualmente, muitos destes problemas são estruturais, e a sua resolução costuma implicar alterações ao nível da arquitectura do sistema.
Onde realizar os testes?
Se realiza pelo menos um teste com utilizadores por semana, compensa investir num laboratório de usabilidade. Para a maioria das empresas, contudo, é mais do que suficiente realizar os testes em salas normais, desde que garanta um ambiente isento de ruído e distrações.
A única forma de conseguir um nível elevado de qualidade na experiência de utilização do seu produto, aplicação ou website é através de testes com utilizadores logo nas primeiras fases do processo de design, e em cada etapa desse processo. O importante é que consiga recrutar os utilizadores, que os coloque frente ao sistema, e que os observe a realizarem tarefas. Um bloco de notas é o único equipamento de que precisa.
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